domingo, dezembro 31, 2006

Adeus (2006)




Artigo de Opinião

Adeus (2006)

Num pequeno balanço deste ano que acaba, direi que foi positivo, na vertente pessoal, profissional e no aspecto lúdico.

Nas palavras que destaco, como o meu momento do ano, direi com palavras foi construído, quando no verão foi lançado o meu primeiro livro (a sós) de poesia.

O livro foi o realizar de um sonho, um projecto antigo, que acrescentou um pedacinho de magia e de ensino em que a vida é uma aprendizagem constante e surpreendente, e que devemos sempre exigir mais de nós próprios porque seremos sempre capazes de fazer mais e melhor.

Poder partilhar, poder perder a timidez de mostrar, poder ser lido por pessoas que amam o que leiam, poder receber um gesto de cortesia é de uma grandeza indescritível.

Em suma, um ano para recordar e porque a poesia foi marcante quis render uma pequena homenagem, fazendo o meu último poema de 2006 para o deixar aqui nestes meus blogs.

http://poesiadepauloafonso.blogspot.com/

http://artigodeopiniao.blogspot.com/

Um agradecimento especial para todos que leram o livro e o desejo de um óptimo ano de 2007.

Adeus (2006)

(o último poema de 2006)

Nas entranhas das dunas

Escondo as lamúrias do vento

Segredos nas espumas

E no eco do movimento.

Que a emoção nunca doa

Que o prazer nunca acabe

E quem sabe…

Se o desejo não voa.

Poemas loucos

Textos de melancolias

Histórias contadas aos poucos

Nas pressas e as correrias…

­

Navego na solidão

Como um estranho

Nem sei de onde venho

Nem recebo o que me dão.

­

Maresia ou flor

Acordo ou tratado

Gesto de amor

Sentimento cultivado.

­

Medo do infinito

Medo do principio e do fim

É o medo que nos faz assim

Sobre o qual, medito

Estados da alma, tento perceber

Trevo da sorte

Preparo para receber

A elevação da morte!

­

Paulo Afonso – 31/12/2006 – 00h16m

Aumentos para 2007

Artigo de Opinião

Aumentos para 2007


A “Malta” já se vai habituando a fazer ginástica de bolso e a ouvir as palavras de esperança que o país irá melhorar…

O Governo prevê, no Orçamento do Estado para 2007, que a inflação seja de 2,1%. Não sei se será possível na prática, no entanto, na teoria já cá está.

O ministro das finanças de Portugal, Dr. Fernando Teixeira dos Santos diz que o cenário macroeconómico do governo incorpora um aumento de 0,6 pontos percentuais nas taxas de juro em 2007.

No entanto a realidade diária que se anuncia para o primeiro dia de 2007 é assustadora:

· Pão – 20%

· Combustíveis – 6,6 %

· Electricidade – 6%

· Portagens – 3% em média (2,6% e 3,4%)

· Água – 2,1 %

· Internamentos Hospitalares – 5 € /Dia

· Intervenções Cirúrgicas em Ambulatório – 10 € /Dia

E tantos outros aumentos que em segredo vão sendo congeminados, porque tem um efeito dominó…

Estamos a perder poder de compra há alguns anos e continuamos a trabalhar com alegria, até porque esse sagrado, chamado trabalho, também aumenta todos os anos!

E como fazemos face a esta dura realidade?

· Salários do Sector Público – 1,5 %

· Pensões – 3,1 % (pela 1.ª vez separado do aumento do salário mínimo)

· Salário Mínimo – 4,4%

Como não sabemos fazer contas e acreditamos todos nas palavras do Eng.º José Sócrates, a economia, as contas públicas e o emprego estão a melhorar, é preciso acreditar.

A “Malta” vai brindar, vamos todos acreditar que estamos confiantes, brindemos nesta passagem de ano com alegria…

E já agora, um pedido adicional, que os portugueses em geral devem fazer – Muita Saúde – Porque as contas dos hospitais públicos, upa… upa e porque com saúde a malta vai fazendo mais umas horinhas para arrecadar uns preciosos trocos…

Toma lá e vai buscar… irra que é demais!

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Saddam Hussein


Artigo de Opinião

Saddam Hussein


Juiz iraquiano afirma que Saddam será executado até amanhã
notícia de
29.12.2006

O ex-Presidente iraquiano Saddam Hussein será executado o mais tardar amanhã, anunciou hoje um juiz iraquiano autorizado a assistir ao enforcamento do antigo ditador. Uma fonte oficial do Governo de Bagdad confirmou que o primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, já assinou a ordem da sentença de morte.

O mundo assiste em silêncio! O mundo é o povo desta terra universal, que nada pode fazer em relação á este caso porque o que os “senhores” que mandam decidirem é feito e não existe alternativa, nem vale a pena pensar na hipótese...

Será verdade que vão enforcar o ditador? Ou será uma manobra ensaiada para finalizar esta já longa novela?

E a pressa de fechar o ano de 2006 com este caso encerradonão é estranho?

E a pena de morte? Estamos no século XXI e ainda existe a pena de morte, como se uns “Seres” fossem poderosos ou proprietários de outrosque assim a seu belo prazer, decidissem quando e como fazer.

Não basta tirar a liberdade? O seu julgamento é justo?

Bem sei, que o homem é um ditador, que foi o causador de tantas desgraças, no entanto tem os que o odeiam e os que o veneraminteressante não é? O comportamento humano é complexo e de difícil análise.

A sua condenação vai modificar o passado dos que sofreram? Porque não utilizam o homem em prol da humanidade, obrigando-o a prestar serviços humanitários junto dos que massacrou?

E as guerras acabam? E os crimes? E as mentiras que criaram verdadeiras guerras?

"A UE opõe-se à pena de morte e esta também não deve ser aplicada neste caso", afirmou o ministro finlandês dos Negócios Estrangeiros Erkki Tuomioja, em conferência de imprensa, em Helsínquia.

É esta voz que interrompe o silêncio do mundo, o silêncio do povo que nada pode fazer. É esta voz que não é do povo, numa batalha desigual dos “senhores” que gerem os destinos. E o povo que pode fazer? Pode, pode fazer perguntas como as que aqui faço e é tão pouco, que nada muda, mesmo que algumas perguntas tenham respostas positivas

O povo é sereno e assim contínua, desde que não batam à sua porta

segunda-feira, dezembro 25, 2006

APITO DOURADO

Artigo de Opinião

Apito Dourado

Um desejo, que no ano de 2007 aconteça o fim do “Apito Dourado”, que os culpados (porque já não há forma de a culpa morrer solteira) sejam punidos e banidos para sempre do futebol.

Que a “Mãe Natal” (Maria José Morgado) dê esta prenda aos portugueses, que o procurador – geral da República (Pinto Monteiro) nunca ceda nos seus intentos iniciais e que não inventem mais nada para atrasar a conclusão deste infamante processo.

Porque hoje é dia de natal, peço mais um presente: que o futebol português volte aos melhores dias que já teve (porque assim por este caminho, qualquer dia temos os jogos á porta fechada por não haver adeptos que acreditem, e/ou não conseguirmos pagar os preços que nos pedem para ver um jogo, restando a oportunidade de todos jogos serem transmitidos na TV) e que o nosso futebol seja um bom exemplo como é o futebol inglês.

E porque no natal há troca de prendas (ou lembranças) deixo aqui a minha prenda: um jogo de futebol que dá muito que pensar…

Apreciem…



sábado, dezembro 23, 2006

Michael Bublé - Home




Michael Bublé - Home
Another summer day
Has come and gone away
In Paris and Rome
But I wanna go home

Maybe surrounded by
A million people I
Still feel all alone
I just wanna go home
I miss you, you know

And I've been keeping all the letters that I wrote to
you
Each one a line or two
"I'm fine baby, how are you?"
Well I would send them but I know that it's just not
enough
My words were cold and flat
And you deserve more than that

Another airplane
Another sunny place
I'm lucky I know
But I wanna go home
I've got to go home

Let me go home
I'm just too far
From where you are
I wanna come home

And I feel just like I'm living someone else's life
It's like I just stepped outside
When everything was going right
And I know just why you could not
Come along with me
But this was not your dream
But you always believed in me

Another winter day has come
And gone away
And even Paris and Rome
And I wanna go home
Let me go home

And I'm surrounded by
A million people I
Still feel alone
Let me go home
I miss you, you know

Let me go home
I've had my run
Baby, I'm done
I gotta go home

Let me go home
It all will be alright
I'll be home tonight
I'm coming back home

NATAL

Artigo de Opinião

Natal

É apenas uma simples palavra, que pode significar tanto ou tão pouco que não consigamos dar o devido valor. Associado ao mês de Dezembro e em especial ao dia 25, porque comemora o nascimento de Jesus Cristo, segundo convenção dos crentes da Igreja Católica Romana, é por isso uma época de festividade. É um acontecimento religioso, implantado de tal forma que nos tempos actuais se tornou socialmente importante.

É tradição, efectuar rituais diversificados, como comer bacalhau ou dar prendas aos familiares e amigos.

Dia mundialmente consagrado à reunião da família, à paz, à fraternidade e à solidariedade.

São os factos, implícitos na palavra Natal, embora seja apenas uma pequena palavra que alberga tanta responsabilidade, devo confessar que sou um dos que não consigo dar o devido valor.

Primeiro, porque as causas católicas não são tão influentes nos tempos que correm, depois porque sou dos que quero ser livre nos meus actos e por esse facto dou prendas quando entendo que devo dar e não quando todos acham que devem ser dadas. No entanto respeito os que pensam de outras formas e que possam convergir com o meu pensamento.

Defendo estes valores, família, paz, fraternidade e a solidariedade, por educação moral e intelectual, defendo-os por ideologia e porque acredito neste tipo de valores, pelo que sinto obrigação de faze-lo diariamente. Um dia é simbólico, no entanto para mim é muito pouco para tanto que a sociedade merece.

E os outros dias? E os outros meses do ano? As pessoas são diferentes? Para quem trabalha a diferença (positiva) é o subsídio (mais um valor monetário) que recebem e esse facto só por si, já faz uma grande diferença. Porque as pessoas vivem pelo dinheiro, porque um pouco mais de dinheiro dá felicidade, então é apenas uma questão comercial, que destrói o conceito ou conceitos atrás descritos.

Sei que é ilusão, tudo o que acontece nesta época, porque após o Natal, tudo volta ao “normal” ou seja, a tolerância abranda e a alegria esconde-se. A simpatia treme e foge apavorada como se fosse forasteira no resto do ano.

E quanto ao olhar inquestionável da quadra, existe o feriado, o que é do meu agrado, porque proporciona momentos em que privo com mais calma com os que gosto, em amena cavaqueira e na companhia de um bom vinho para acompanhar uma gostosa refeição.

Agora, o que defenderei sempre, é que o verdadeiro Natal é pertença das crianças e que os adultos devem assistir, para “beber” o espírito da felicidade e da inocência dos que naturalmente são sábios profetas e nos dão grandes lições de vida.

Um sorriso, uma lágrima de alegria ou uma expressão de surpresa na cara de uma criança é o expoente máximo do Natal que protejo.

Sonho com a possibilidade de ser real, dia após dia, em qualquer parte do mundo, para todas as crianças do mundo.

Para mim, é este o significado da palavra, Natal, é o conceito e o marco, do desejo que se intromete e confunde com o sonho e origina a esperança num mundo melhor das e para as crianças.

Bom Natal para todas as crianças do mundo!



segunda-feira, dezembro 18, 2006

Eu me denuncio!

Artigo de Opinião

Eu me denuncio!

Escrever é difícil! Escrever sobre nós próprios consegue ser ainda mais difícil e problemático.

Deixamos alguma imparcialidade esquecida, voamos sobre a imaginação, misturando realidades com desejos, trocamos fantasias e sem noção vamos mais além. Vou tentar escrever sobre mim, pela primeira vez, sem promessas de que conseguirei fugir do que descrevi…

Escrevo, porque a minha mente pede. Respeito. Porque o respeito é um estado de alma temporário. Confesso que por egoísmo consigo respeitar os desejos de uma mente sedenta, como sedenta está a alma, que de lucidez tem a noção do meu próprio egoísmo.

Sou um egoísta assumido e pronto! Em cada acto, desperto a educação ou a falta dela…porque tudo se resume ao elo que nos liga a nós!

Quem sou eu? Se não mais que um espelho do desejo encoberto que assim esconde a oportunidade de mostrar o verdadeiro Eu!

Porque sê-lo? Descortês, pertence ao elo da paixão e do egoísmo, da discórdia e da timidez de sê-lo. Porquê sê-lo?

Não contemplo os meus bens, nem os desejo porque os tenho. No entanto considero os bens alheios e os desejos sem os precisar, por pura malícia como se um jogo fosse!

A frontalidade poderia ser um bem em meu poder e no entanto nem isso sei usar, para que me serve algo se não sei usar?

Sou uma panóplia de defeitos! Sou um segredo, por tudo o que mencionei e nunca quis que fosse revelado.

Sou um composto sem significado, com um prazo de validade ocultado, que ignoro. Não consigo saber, nem quero.

Sou alegre, não por sorrir, mas por poder jogar e sou triste, não por chorar mas por jogar e perder. Tenho esse capricho na vida, trato-a com simplicidade como com simplicidade escrevo de mim!

É tudo tão simples, que até tu podes desconfiar de mim…

Paulo Afonso

18 de Dezembro de 2006

domingo, dezembro 17, 2006

Tertúlia dos Sabores

Artigo de Opinião

Tertúlia dos Sabores

Neste sábado, voltamos á velha tradição de escolher um destino gastronómico para saciarmos os nossos apetites nacionalistas!

Somos um pequeno grupo, tipicamente português que gosta das coisas boas da vida, que aprecia a cultura, a gastronomia e a paisagem portuguesa.

O nosso destino, desta vez repetiu-se, pois fomos até Almeirim, em busca de uma genuína “Sopa de Pedra”.

Assim chegados, podemos apreciar o comércio muito personalizado daquela cidade, pois em cada casa ou garagem havia um letreiro que publicitava a venda do seu produto.

Numa época, em que o Governo de Sócrates introduz apertadas reformas, com máxima incidência no ataque á fuga dos impostos e na constante remodelação de um país estranhamente mítico, onde se gritam ou escrevem palavras de censura, contra as novas taxas moderadoras dos hospitais, dos lucros gigantescos dos bancos, das reformas milionárias dos gestores portugueses ou da vida de alguns políticos, em que o mesmo Governo se associa, quanto mais não seja pela sua passividade.

Seja como for, a politica ficou á porta daquela cidade, porque ou não querem entender ou então menosprezam os discursos dos Senhores da Capital, intitulados governantes e continuam na sua particular e amena gestão comercial. Ao passar pelas ruas da cidade, podemos ler nos letreiros expostos nas portas e janelas, as vendas das “Caralhotas” (Pão caseiro cozido em lenha que pode ser recheado com farinheira ou chouriço) ou ouvir “Clementinas e Laranjas – Bem docinhas e baratinhas” e o povo sereno lá continua debaixo de um Sol apetitoso na sua saudável vidinha, sem máculas nem aventuras inesperadas.

Para cumprir a tradição, bem portuguesa, trouxemos um “Abafado” caseiro (Vinho Licoroso), uma barrigada de sopa de pedra e a promessa de voltarmos para conhecermos outros restaurantes e outros pratos típicos.

E já agora, para certificarmos se este choque de mentalidades, tipicamente portuguesa, se conserva e fortalece, apesar dos ataques frequentes. A malta é soberana e o que continua a querer é comer e beber…

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Sindicalismo

Artigo de Opinião

Sindicalismo

É preciso perceber o que é o sindicalismo. O sindicalismo tem origem nas corporações de ofício na Europa medieval. Foi durante a revolução industrial (Século XVIII) na Inglaterra, que os trabalhadores, (indústrias têxteis), doentes e desempregados se encontravam nas sociedades de socorro mútuos.

É da necessidade, que nasce o movimento sindical, primeiro como acção social de protecção, depois como forma de combate ao abuso do capitalismo. Nascem os Sindicatos, instituições organizadas dos trabalhadores na luta por os seus direitos perante os governos e especialmente em relação aos empresários. Nos dias que correm a acção sindicalista é naturalmente uma luta de classes. Por isso, os Sindicatos são órgãos de luta politica.

Actualmente, o sindicalismo no mundo todo atravessa uma prolongada e profunda crise, que afecta os trabalhadores de uma forma gótica e os parceiros sociais de uma forma subtil.

A crise é expressa na queda permanente das taxas de associados – segundo recente relatório da OIT, a média mundial de sindicalizados é de apenas 19%; que descontentes com o panorama social ameaçam deixar os Sindicatos sós, o que se reflecte objectivamente também na perda de poder dos sindicatos, que não conseguem conter a ofensiva do capital na retirada de direitos dos trabalhadores, efeito devastador na redução da influência do sindicalismo, que perde credibilidade na sociedade e capacidade de intervenção política, com a sua ultrapassada ideia motora de actuação de rua, entoando cantigas de intervenção, com faixas de slogans politico/sociais.

Todos os sintomas, e outros fenómenos são a confirmação que a crise é muito grave!

A única saída, para evitar a morte anunciada do sindicalismo passa pelo enquadramento real dos meios tecnológicos ao dispor da sociedade, passa pela conquista da difícil incorporação de jovens e mulheres na vida sindical e se necessário for, na mudança de cariz humana dos que se arrastam na vida sindical com o mesmo discurso da revolução dos cravos.

É duro, mas a realidade assim o impõe e não contempla devaneios presunçosos!

domingo, dezembro 10, 2006

As Claques (do futebol português)

Artigo de Opinião

As Claques (do futebol português)

Para fundamentar a minha opinião dentro de uma linha de coerência, seria preciso escreve-la sempre com duas linhas paralelas, porque as realidades assim o obrigam, se não vejamos como exemplo; numa primeira linha seria obrigatório falar das claques dos ditos clubes grandes, numa segunda linha e paralela, seria, e porque não falar das claques dos ditos clubes pequenos?

Depois, teria que ir ao “alimento” físico das claques, o dinheiro que gera os instrumentos de apoio, que é decisivo nas deslocações, etc. Nova realidade diferenciada entre os dois tipos de claques que atrás mencionei, teria que recorrer novamente a estratégia das linhas paralelas para não fugir da coerência que anseio.

De seguida entraria pela porta do “alimento” emocional, aquele que junta o amor a um clube com o amor ao desporto chamado de futebol, o “alimento” que me faz ir ao futebol e ter um lugar cativo num dos recentes estádios portugueses, e aqui também seria necessária a preciosa ajuda da estratégia das linhas paralelas, porque as realidades dos clubes são diferentes e porque estes patrocinam (ou não) as suas claques.

Depois, passaria por utilizar essas linhas paralelas numa divisão dos aspectos bons e dos aspectos maus, porque ambos seriam preenchidos.

Por último, diria que numa primeira linha de coerência, sou contra as claques, porque estão associadas à violência, à falta de desportivismo e até ao fenómeno do racismo, que afastaram multidões dos estádios.

Na segunda linha paralela, diria que, sou a favor das claques, cujo objectivo exclusivo seja ou é, apoiar a equipe do seu clube, claque essa constituída pelos amantes moderados do “alimento” emocional que aproveitam para conviver com os seus semelhantes em ambiente saudável e que ao domingo aproveitam para fazer uma excursão á terra do clube visitado, aproveitando para conhecer outras realidades geográficas e sociais.

Vigilância

Artigo de Opinião

Vigilância


Este sector está em perfeita decadência. Perde assim alguma credibilidade por culpa própria em parceria com a falta de apoio que o Estado deve dar a um sector que devia e podia estar interligado com as forças de segurança deste país.

Primeiro, os pedidos de autorização ao Ministério da Administração Interna para exercer funções de segurança privada triplicaram no ano de 2005, segundo dados apresentados no último Relatório de Segurança Privada. Depois, não existe uma fiscalização condizente com o crescimento desta área.

Segundo, e por consequência directa do primeiro factor, as empresas sentem-se tentadas a fugir as suas responsabilidades financeiras, quer com o estado, quer com os seus funcionários, conforme é dada a noticia pelo CM:

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=223637&idselect=181&idCanal=181&p=0

Terceiro, em termos de formação, é quase inexistente, quando a função obriga que cada elemento deva ter conhecimentos dispersos, que vão desde o Socorrismo até ao manuseamento de objectos de detecção, visionamento e combate aos incêndios.

Por consequência, e por serem do privado, o objectivo principal é sempre o lucro de cada empresa, pois os seus gestores preocupam-se apenas com os resultados, e toda tentativa que possa fugir a essa realidade, acaba por ir parar ao mesmo beco sem saída

Em relação aos homens e mulheres que desempenham funções como Vigilantes, acresce os imensos factos que não os ajudam a mudar esta realidade, por muito que queiram, apesar de ser muitos no sector. Estão dispersos em termos geográficos, trabalham em média doze horas diárias com um vencimento muito baixo para a responsabilidade que têm e não existe uma cultura de união entre membros da mesma profissão.

Urge mudar, é preciso mudar a rotina mental, acrescentando-lhe novos pensamentos, novas visões, novos ideais, é preciso despertar porque o tempo não pára e conformismo é inadequado.

É de facto um sector onde um cenário idealizado como mínimo para se iniciar a transformação é de momento completamente impensável, pois não creio que os parceiros sociais sejam capazes de definir o mesmo objectivo e consigam trabalhar em conjunto.

É pena, perde o sector, que poderia ter um papel preponderante na sociedade portuguesa e perdem todos os que o representam.

Acabamos sempre por ser vítimas do mesmo mal social, o de não sermos educados para uma abertura saudável de mentalidades, que num precioso período de globalização é essencial.



sábado, dezembro 09, 2006

A Importância da Escrita

Artigo de Opinião

A Importância da Escrita


Somos aquilo que escrevemos, ou naquilo que escrevemos demonstramos o que somos?

Porque a nossa imagem pode induzir em erro, porque a nossa voz pode desviar a opinião que se forma, mas no que escrevemos existe a obrigação de ser o mais próximo de nós e aqui falo de áreas muito dispersas, mas que complementam o Ser.

Posso ser relevante na escrita de ficção, mas o meu cunho estará algures nessa escrita, posso escrever poesia ou prosa, mas o meu mundo ou o meu sonho/desejo será relatado por entre as imagens deixadas em cada frase.

Não que me importe o género de escrita, não que me importe o tema escolhido, mas sim a mensagem que saia de dentro de cada um.

Afinal o que é que conta, a mensagem ou o desejo de quem lê?


Flexisegurança

Artigo de Opinião

Flexisegurança

Numa primeira abordagem ao tema, poderemos concluir que apesar das actuais incertezas do avanço desta nova realidade, esta será a última nova aposta laboral deste governo (projecta-se para 2008), a mesma será sempre muito polémica, apanágio nas mudanças em Portugal.

Já existe em alguns países do norte da Europa, nomeadamente a Dinamarca e a Holanda, cujas realidades são diferentes da nossa.

Esta medida, se entrar em vigor, significará na prática uma maior liberdade para despedir, para flexibilizar os horários de trabalho, com maior incidência na redução de horas trabalhadas por trabalhador.

Obviamente, que existem alguns pontos de beneficio social, pois a mesma prevê uma formação contínua (já referenciado no novo código do trabalho e pouco saliente na prática), como também prevê que o trabalhador ao ficar desempregado fique com direito a um maior nível de segurança e protecção social. A um subsídio de desemprego mais generoso, por exemplo. No entanto este facto a ser real, representará um custo directo para o Estado na medida em que fará subir o valor do subsídio de desemprego concedido aos trabalhadores que aderirem ao novo esquema. A aplicação com sucesso da flexigurança implica que muitos trabalhadores venham a prescindir de direitos e regalias, sendo compensados com mais protecção social.

Depois, toda esta estratégia mexerá com a estrutura negocial das empresas privadas, com as finanças do estado e com consequência maior no aspecto social individual, reflectido em cada trabalhador e na sua colocação específica na comunidade. Poderá significar uma mudança muito maior do que inicialmente possa ser previsto, pois tocará na instabilidade emocional, por ser uma novidade e arrojada, poderá atingir a parte de aquisição de habitação própria porque os bancos deixarão de conceder crédito a quem não tiver um emprego estável, bem como outros aspectos de educação adquirida.

Quero acreditar nas capacidades de quem tiver a obrigação de avaliar a possibilidade de implantação deste projecto no nosso mercado de trabalho, como também na capacidade atenta dos parceiros sociais.

Até lá o documento terá de ser negociado em concertação social.

Estejam atentos, porque estarmos informados é um dever e uma vantagem.

Lisboa, 09 de Dezembro de 2006