segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Os Grandes Portugueses

OS GRANDES PORTUGUESES

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Dados tirados do site da RTP:

http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/programa.php

Os Grandes Portugueses é um projecto baseado no formato original da BBC “Great Britons” que foi um grande sucesso no Reino Unido, e do qual já foram produzidas versões locais em países tais como a Holanda, a Alemanha, o Canadá, a França, a Bélgica, Finlândia, África do Sul, entre outros.

Para que possa comparar os nossos grandes com os deles, incluímos a lista dos 10 Mais de alguns países onde o formato foi exibido.

Os 10 Mais no Reino Unido

1 Winston Churchill
2 Isambard Kingdom Brunel
3 Diana, Princesa de Gales
4 Charles Darwin
5 William Shakespeare
6 Isaac Newton
7 Rainha Elizabeth
8 John Lennon
9 Almirante Nelson
10 Oliver Cromwell

Os 10 Mais na Alemanha

1 Konrad Adenauer
2 Lutero
3 Karl Marx
4 Willy Brandt
5 Sophie und Hans Scholl
6 Bach
7 Guttenberg
8 Goethe
9 Otto von Bismarck
10 Albert Einstein

Os 10 Mais em França

1 Charles de Gaulle
2 Louis Pasteur
3 Abbé Pierre
4 Marie Curie
5 Coluche
6 Victor Hugo
7 Bourvil
8 Molière
9 Jacques Yves Cousteau
10 Edith Piaf

Os 10 Mais nos Estados Unidos da América

1 Ronald Reagan
2 Abraham Lincoln
3 Martin Luther King, Jr
4 George Washington
5 Benjamin Franklin
6 George W Bush
7 Bill Clinton
8 Elvis Presley
9 Oprah Winfrey
10 Frankin D. Roosevelt

A República Checa, a África do Sul, a Finlândia e a Bélgica também já elegeram os seus 10 Mais.
No caso dos checos foram eleitas figuras como, Václav Havel (ex-presidente e dramaturgo) e Dvorak (compositor). Para os Sul-africanos, Nelson Mandela (ex-presidente) e o Dr. Christiaan Barnard (desenvolveu a técnica do transplante cardíaco) mereceram fazer parte do grupo dos 10 mais populares, enquanto que na Finlândia fez parte dessa lista, Jean Sibelius (compositor). Os belgas optaram por Jacques Brel (cantor), Eddy Merckx (ciclista) e Hergé (criador do Tintim).

O programa também foi produzido na Malásia e Equador, encontrando-se neste momento em produção no Chile.

Os 10 finalistas são:

1. D. Afonso Henriques – Rei - 1111 -1185

Foi o primeiro rei de Portugal, um dos Estados mais antigos da Europa. Definiu, através de várias conquistas, praticamente o território que é hoje Portugal. Soube sacrificar-se em nome de um sonho quando lutou contra a mãe em São Mamede e fez as pazes com Afonso VII, rei de Leão e Castela. Após a mítica batalha de Ourique, foi coroado rei. Foi um homem sem medo. Nasceu em Guimarães e morreu em Coimbra, onde está sepultado. Quando deu por terminada a obra, o território nacional estava quase delineado. “Aí tem um português que, em vida, conseguiu ter um sonho e concretizá-lo”, diz o cineasta António Pedro Vasconcelos.

2. Álvaro Cunhal – Político - 1913 -2005

É o símbolo da luta contra o salazarismo. Com um inflexível código de honra, iniciou a actividade revolucionária quando estudava na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Preso pela PIDE durante 11 anos, foi eleito secretário-geral do PCP em 1961. Cunhal era um lobo de inteligência e astúcia. Por nascimento e educação nunca deixou de ser um aristocrata, mas abdicou de tudo em prol de um ideal. “Teve uma fidelidade inquebrantável aos valores em que acreditava, mesmo quando estavam a ruir por completo”, lembra João Soares, deputado do PS. Ministro sem pasta dos primeiros quatro Governos do pós-25 de Abril. Autor de vasta bibliografia.

3. António de Oliveira Salazar – Político - 1889 -1970

Dirigiu, de forma ditatorial, os destinos do País durante quatro décadas. Foi ministro das Finanças, presidente do Conselho de Ministros, fundador e chefe do partido União Nacional. Afastou todos os que tentaram destituí-lo do cargo. Instituiu a censura e a polícia política. Criou dois movimentos paramilitares: a Legião e a Mocidade Portuguesas. Mas equilibrou as finanças públicas, criou as condições para o desenvolvimento económico, mesmo que controlado, e conseguiu que Portugal não fosse envolvido na II Guerra Mundial. Manteve a separação entre o Estado e da Igreja. Figura controversa, marcou sem dúvida a história do País.

4. Aristides de Sousa Mendes – Diplomata - 1885 -1954

Os homens são do tamanho dos valores que defendem. Aristides de Sousa Mendes foi, talvez por isso, um dos poucos heróis nacionais do século XX e o maior símbolo português saído da II Guerra Mundial. Em 1940, quando era cônsul em Bordéus, protagonizou a "desobediência justa". Não acatou a proibição de Salazar de se passarem vistos a refugiados: transgrediu e passou 30 mil, sobretudo a judeus. Foi demitido compulsivamente. A sua vida estilhaçou-se por completo. "É o herói vulgar. Não estava preso a causas. Estava preso a uma questão fundamental: a sua consciência", afirma o jornalista Ferreira Fernandes.

5. Fernando Pessoa – Poeta - 1888 -1935

É considerado, a par de Camões, o maior poeta da língua portuguesa. Deixa uma obra única, pela sua duração, originalidade e universalidade. Perito nas subtilezas da escrita, escreve com lucidez inabalável. Fernando Pessoa cria o seu próprio mundo. Um espírito rico e paradoxal não se podia resumir a uma só personalidade. Com a criação dos heterónimos, o poeta gera, em torno de si, um mistério que perpetua o seu nome infinitamente. “Imortal”, resume Pinto da Costa, professor catedrático de Medicina Legal.

6. Infante D. Henrique – Estadista - 1394 -1460

Este homem desvendou os mistérios do oceano. Com extraordinária obstinação, o Infante D. Henrique foi o mentor da expansão ultramarina que, mais tarde, desencadeou os descobrimentos. Revelou-se muito hábil a farejar boas oportunidades de investida. Culto, empreendedor, prospectivo, o Infante D. Henrique preparou Portugal para aquela que foi a grande gesta nacional. Deu, na expressão de Camões, “novos mundos ao mundo”. “É o verdadeiro iniciador da expansão universal de Portugal e da Europa”, afirma Ferreira do Amaral, ex-ministro das Obras Públicas.

7. D. João II – Rei - 1394 -1460

Duas palavras descrevem D. João II: clarividência e determinação. Com apenas 19 anos planeou a expansão marítima portuguesa e pensou grande: assinou o Tratado de Tordesilhas, assegurando para Portugal a posse do Brasil e a manutenção do comércio com a Índia. Foi um monarca implacável, que não hesitou diante de nada para atingir os seus objectivos. Mesmo que isso significasse aniquilar os inimigos. Tinha uma jovem austeridade, mas o seu sentido de justiça tornou-o querido do povo. “Colocou Portugal no centro do mundo”, diz o historiador de arte Anísio Franco.

8. Camões – Poeta - c. 1525 -1580

É o gigante das letras e o maior poeta da língua portuguesa - e um dos grandes poetas da Humanidade. Além de “Os Lusíadas”, deixa uma vastíssima obra poética. Viveu uma infância de privações, mas a sua curiosidade de aventureiro fê-lo alistar-se na milícia do ultramar. Viveu várias adversidades em Goa. O autor que sobreviveu a todas as intempéries mostra, quase cinco séculos depois, que a sua poesia escapou ilesa ao passar do tempo. Camões é, sobretudo, o símbolo de Portugal. “Foi cidadão antes de haver cidadania”, diz o historiador Medeiros Ferreira.

9. Marquês de Pombal – Estadista - 1699 -1782

Foi o mais notável estadista do seu tempo. O Marquês de Pombal revolucionou o País a nível económico, educacional e cultural. Com o terrível terramoto de 1755, provou as suas capacidades reformadoras e fez nascer uma nova Lisboa que sobrevive até hoje. Uma das grandes personagens da história de Portugal - e uma das mais controversas. “É uma lição para toda a cultura ocidental e universal”, afirma o historiador Rui Afonso. Mas há um “lado B” em Marquês de Pombal: ele também foi um clone do totalitarismo. É conhecida a sua face tirânica e as suas acções despóticas. O seu legado, porém, é inegável.

10. Vasco da Gama – Navegador – c. 1468 -1524

Realizou a primeira viagem marítima para a Índia. Ligou definitivamente a Europa e a Ásia em finais do século XV. Vasco da Gama tem, por isso, lugar assegurado na história mundial. Com ele surgiu, pela primeira vez, o sentido da globalidade. Para muitos foi o maior dos desbravadores, um negociador de dente afiado e um verdadeiro timoneiro para os homens que o acompanharam. Mais: “Os Lusíadas” existem devido à viagem de Vasco da Gama. Dono de um temperamento impulsivo, estava destinado a ser sacerdote, mas acabou por ser descobridor, guerreiro e vice-rei da Índia. “Projectou a Europa no Mundo”, diz, convicto, Marcelo Rebelo de Sousa.


O meu voto está repartido por dois grandes portugueses, pelo que no momento em escrevo estas linhas ainda não tenho qualquer decisão, sei apenas que o nome sairá desses dois…

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