domingo, dezembro 10, 2006

Vigilância

Artigo de Opinião

Vigilância


Este sector está em perfeita decadência. Perde assim alguma credibilidade por culpa própria em parceria com a falta de apoio que o Estado deve dar a um sector que devia e podia estar interligado com as forças de segurança deste país.

Primeiro, os pedidos de autorização ao Ministério da Administração Interna para exercer funções de segurança privada triplicaram no ano de 2005, segundo dados apresentados no último Relatório de Segurança Privada. Depois, não existe uma fiscalização condizente com o crescimento desta área.

Segundo, e por consequência directa do primeiro factor, as empresas sentem-se tentadas a fugir as suas responsabilidades financeiras, quer com o estado, quer com os seus funcionários, conforme é dada a noticia pelo CM:

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=223637&idselect=181&idCanal=181&p=0

Terceiro, em termos de formação, é quase inexistente, quando a função obriga que cada elemento deva ter conhecimentos dispersos, que vão desde o Socorrismo até ao manuseamento de objectos de detecção, visionamento e combate aos incêndios.

Por consequência, e por serem do privado, o objectivo principal é sempre o lucro de cada empresa, pois os seus gestores preocupam-se apenas com os resultados, e toda tentativa que possa fugir a essa realidade, acaba por ir parar ao mesmo beco sem saída

Em relação aos homens e mulheres que desempenham funções como Vigilantes, acresce os imensos factos que não os ajudam a mudar esta realidade, por muito que queiram, apesar de ser muitos no sector. Estão dispersos em termos geográficos, trabalham em média doze horas diárias com um vencimento muito baixo para a responsabilidade que têm e não existe uma cultura de união entre membros da mesma profissão.

Urge mudar, é preciso mudar a rotina mental, acrescentando-lhe novos pensamentos, novas visões, novos ideais, é preciso despertar porque o tempo não pára e conformismo é inadequado.

É de facto um sector onde um cenário idealizado como mínimo para se iniciar a transformação é de momento completamente impensável, pois não creio que os parceiros sociais sejam capazes de definir o mesmo objectivo e consigam trabalhar em conjunto.

É pena, perde o sector, que poderia ter um papel preponderante na sociedade portuguesa e perdem todos os que o representam.

Acabamos sempre por ser vítimas do mesmo mal social, o de não sermos educados para uma abertura saudável de mentalidades, que num precioso período de globalização é essencial.



1 comentário:

Anónimo disse...

Um abraço para si.Um Vigilante Chefe do sector